27/06/2013

História da FACERJ Aikido


Regularmente sou abordado sobre alguns aspectos da escola de Aikido que faço parte desde sua fundação. Algumas perguntas são recorrentes e por este motivo resolvi esclarecer sobre o que é relevante, aos colegas que ainda não conhecem alguns detalhes de nossa breve história, mas principalmente aos meus alunos que certamente merecem conhecer a escola a que fazem parte.


A FACERJ nasceu da espontânea vontade dos alunos em continuar treinando Aikido com seu professor. Após entregar pessoalmente sua carta de desligamento e de disponibilizar os Dojos que estavam sobre sua responsabilidade ao seu Mestre, o Sensei Paulo, como era chamado, decidiu parar de dar aulas de Aikido e trabalhar com Administração de Empresas, profissão em que é formado pela Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro.   

Foram os alunos, pais de alunos e amigos que o persuadiram a reavaliar sua decisão, independentemente de estar associado a grupos representativos desta arte marcial. É importante dizer que o Sensei Paulo nunca permitiu comentários sobre os motivos de seu desligamento e sempre exigiu de seus alunos o respeito a seu Mestre, sempre fazendo questão de agradecer pelo conhecimento transmitido, no período que estiveram juntos.

A FACERJ (Federação de Aikido de Competição do Estado do Rio de Janeiro), foi fundada em 1996, com sede em Cascadura, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Ainda sobre influência da escola a que pertenciam seus fundadores, adotou esse nome. Mas o treinamento visando a competição deu lugar ao treinamento onde a filosofia e a estratégia prevalece, com o objetivo no crescimento pessoal e sem abrir mão da defesa pessoal inerente a arte. De fato a FACERJ nunca promoveu uma competição e de fato o Aikido praticado por seus integrantes tem suas origens na metodologia desenvolvida pelo Mestre Kenji Tomiki, comprovadamente sofisticado, moderno e eficiente.

Mestre Morihei Ueshiba criou o Aikido para o desenvolvimento humano. Mestre Kenji Tomiki, também visando o desenvolvimento humano, criou sua escola de Aikido considerando o esporte como uma possibilidade e opção do praticante. Respeitando os nobres propósitos dos mestres, Morihei Ueshiba por criar uma arte marcial com proposta humanitária e Kenji Tomiki por desenvolver uma metodologia que colocou o Aikido no currículo acadêmico universitário japonês. A FACERJ optou pelo desenvolvimento humano valorizando os ideais formativos do Aikido através de uma metodologia eficiente. Tendo o conjunto de técnicas da metodologia desenvolvida por Kenji Tomiki como base e mantendo a filosofia pacifista e humanitária idealizada por mestre Morihei Ueshiba.

Em 2002 uma comissão de alunos fundadores e associados, elaboraram um documento reconhecendo publicamente seu professor (Sensei) Paulo Henrique Vieira de Menezes como Mestre, outorgando-lhe no idioma japonês o título de Shihan. A FACERJ, como instituição legal no Estado do Rio de Janeiro e com reconhecimento em todo território nacional, oficialmente validou o título. O reconhecimento espontâneo dos alunos seria o bastante.

Em 2005, por causa do crescimento no número de seus associados em outros Estados e com a proximidade das comemorações dos dez anos de fundação a FACERJ adotou a denominação de FACERJ-AIKIDO, assumindo a posição de uma escola independente de Aikido. Manteve a letra “C” de Competição na sigla FACERJ em homenagem à escola criada por Mestre Kenji Tomiki, e uma lembrança permanente a seus integrantes quanto a sua origem. A FACERJ-AIKIDO formou mais de quarenta faixas-pretas desde sua fundação, inclusive em outros Estados do Brasil. O seu programa prevê exames até quinto grau de faixa-preta (GoDan), após o quinto Dan a mudança de grau se dá pelo tempo em cada grau e mérito por serviços prestados ao Aikido.

Há o mérito e o reconhecimento, o Ego dá lugar ao trabalho. E antes que uma teoria sobre quem deu o título, o reconhecimento ou como são graduados seus membros, o fato é que a dedicação e o amor pelo que Aikido significa individualmente, é o que faz os resultados aparecerem coletivamente. Trabalhamos para o desenvolvimento com qualidade.

Linhagem:
  • Morihei Ueshiba
  • Kenji Tomiki
  • Masayoshi Wazaki
  • Hirofumi Tada
  • Paulo Henrique V. Menezes
    (Escrito pelo Sensei Flávio Dojo Rio das Ostras)

18/06/2013

Pensamento (Thought)

A true pacifist is one capable of causing immeasurable damage but chooses not to do so when provoked. (Morihei Ueshiba)



17/06/2013

7.000 Acessos

Gostaria de agradecer, em nome de toda família FACERJ Vila da Penha, a todos que acessaram nosso blog. Vocês são responsáveis pelos nossos 7.000 acessos.

Continuaremos a aperfeiçoar o blog com imagens e informações relevantes sobre Aikido, nossa Federação e nosso Dojo.

Domo Arigato





07/06/2013

O CONCEITO DE KIAI


"O kiai não pode ser traduzido como união de espíritos ou espírito em forma de grito. 
A tradução mais próxima dessa expressão seria "focalizar a energia vital" a ideia é conduzir o efeito da energia vital/emocional para o adversário ou o alvo, através da concentração desse efeito em um único ponto, no instante exato do kime (uso correto da potência muscular). 

Além disso o ki não pode ser materializado pois não é energia da mesma natureza que a energia descrita na física. Energia é matéria. 

Portanto quando falamos em ki que é algo que pertence ao domínio da potencia(o nível de possibilidades descrito por Werner Heisenberg), ao sutil, e não ao domínio físico, imanente, falamos de algo que está além da experiência objetiva externa.

Vale lembrar também que Awazu é outra palavra não um sinônimo para Ai.

União, na cultura japonesa, como ideia de unir mente e corpo, literalmente tornar-se "uno". União de sentido de "centrado" e inteiro é expresso no conceito de "masubi".

O espírito na cultura japonesa, tem pelo 3 representações, tamashi(alma), kamaku(Mônada), kokoro(consciência/coração). 

Existe ainda a ideia de espírito, não como algo espiritual, mas no seentido de estado de ânimo, e sua expressão para o japonês é "seishin", como quando  dizemos "hoje vou usar o espírito de guerreiro"."

01/06/2013

Shihan Kenji Tomiki

Shihan Kenji Tomiki
Kenji Tomiki foi um mestre de Aikido. Nascido em 15 de março de 1900, na cidade de Akita, Japão, falecendo em 25 de Dezembro de 1979. Além do Aikido, do qual desenvolveu a modalidade desportiva, era mestre em Judô.

Ele começou seu estudo de Artes Marciais quando tinha apenas 6 anos de idade, treinando bokken, e posteriormente Judô.

Em 1926, Tomiki Shihan conheceu Mestre Ueshiba na universidade de Waseda - Tóquio, onde estudava, e com incentivo de Mestre Jigoro Kano, tornou-se um de seus melhores alunos.

Em 1939, ele foi enviado à Manchúria - China, território invadido pelo Japão, para lecionar caligrafia, e se ofereceu para ensinar também artes marciais. Seus alunos de Judô e Kendô tiveram então a oportunidade de apender também Aikido.

Tomiki Shihan foi o primeiro aluno de Mestre Ueshiba a obter a graduação de 8º Dan, em 1940, e desde então, já pensava em modernizar o Aikidô.

Depois da segunda guerra mundial ele foi aprisionado em solitária por três anos em um campo de detenção na antiga URSS, mas mesmo preso ele continuou com seu pensamento voltado para as artes marciais , manteve sua forma física, idealizou o unsoku, exercício que pode ser realizado em um espaço reduzido, e começou a esboçar a união entre Judô e Aikido.

Em 1958 Tomiki Shihan fundou o clube de Aikido na universidade de Waseda, onde era o diretor do departamento de Educação Física, na condição de viabilizar o Aikido como esporte competitivo.
Sentados Shihan Tomiki e Mestre Ueshiba

Tomiki Shihan, com sua grande experiência em Artes Marciais, pois já era oitavo Dan tanto em judô quanto em Aikidô, uniu as técnicas aprendidas com Mestre Ueshiba com o método de treinamento e doutrinas aprendidas com o Judô. Ele introduziu o randori - treinamento livre - em 1964 com o intuito de tornar as técnicas mais eficientes e também em transformar o Aikido em esporte competitivo, para atrair novos jovens praticantes. Tomiki Shihan achava que, atraídos pelo Aikido esportivo, os alunos, com o tempo, iriam apreciar o lado espiritual da arte.

Em 1967 foi inaugurado o primeiro dojo exclusivo para a prática e estudo do Aikido competitivo. Tomiki Shihan lhe deu o nome de Shodokan, que significa a casa do caminho iluminado.

As competições tiveram início entre algumas faculdades da região de Tóquio e em 1970 aconteceu o primeiro campeonato japonês universitário, onde o tanto (faca) foi introduzido pela primeira vez.

Tomiki Shihan viajou pelos EUA e Austrália demonstrando e ensinando sua Arte Marcial. Escreveu vários trabalhos e livros, e foi o fundados da Associação Japonesa de Aikidô -JAA em 1974.

Em 1976, foi aberto o Shodokan Hombu Dojo, em Osaka.

Ele faleceu em 25 de Dezembro de 1979, sendo substituído pelo seu grande amigo e companheiro Hideo Obba, que ficou à frente da JAA até 1986.