28/02/2015

Ser um Yudansha (Faixa Preta)

A diferença entre os praticantes de Artes Marciais de hoje e os do passado, é que os do passado viviam o treinamento em si, com total “auto entrega”, ao Jitsu (técnica) e ao DO (Grande Caminho), conscientes da sua indivisibilidade.

Os antigos se entregavam totalmente a prática das artes marciais, ao jitsu (técnica) para seu aprimoramento marcial e fisico, ao DO (grande caminho) para seu objetivo maior, como homens e guerreiros (Bushi). 

Abandonavam famílias, segurança, fama e principalmente o ego, para poderem se desenvolver e aprimorar como guerreiros e para se tornar homens “maiores”.

Hoje, muitos praticantes, apenas pensam em obter o secundário, se esquecem do objetivo maior.

“Eu, neste momento, quero isso! Eu, neste momento, quero aquilo!” Quero praticar artes marciais, para ter “status”, ter títulos, troféus, reconhecimento, fama, sucesso e tudo o que é passageiro.

Quando o praticante olha o seu treinamento do ponto de vista da “entrega” há um caminho, a “batalha/guerra” maior é do “ser” ao invés do “ter”, ele se aproxima do espírito do BUDO, do BUSHIDO, e verdadeiramente torna-se valoroso como YUDANSHA, o resto é secundário, pode vir ou não, não é bom nem é ruim, simplesmente faz parte desta vida, deste momento.

Só quando finalmente se desiste dos pensamentos sobre exames de faixas, de Dan, “status”, troféus, fama, sucesso e a própria maestria na arte, se alcança o que tem realmente valor: a pratica em si das artes marciais, o seu autoconhecimento, o desenvolvimento da sua Arte Marcial pessoal e do seu DO (Grande Caminho).

Seja honrado, corajoso, verdadeiro e humilde ante você mesmo, seja gentil, cortês e respeitoso, cuide dos outros, aprenda com todos e ensine a todos, tenha a todos adiante de você, principalmente a você mesmo.

Estudar arte marcial é estudar o seu verdadeiro EU.

O verdadeiro Kumite, o real Duelo, digno de todas as honrarias, será travado consigo mesmo, no anonimato e no silencio do seu Dojo interior.

Ser um YUDANSHA é quando finalmente se percebe que, a cor da faixa não tem a menor importância.

Um grande mestre zen disse: “Estudar o EU é esquecer o EU. Esquecer o EU é compreender todas as coisas”.

(Extraído do Facebook SANRYUKAI)

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